Relatório da ONU aponta que número de deslocados à força bateu recorde em 2018
Muitas crianças e jovens têm sido obrigados a fugirem de seus países de origem (Fonte: Reprodução/ACNUR/Roger Arnold)
De acordo com a ACNUR, o número de pessoas que tiveram que deixar suas casas para fugir de guerras, violência, perseguições políticas e crises humanitárias chegou a 70,8 milhões em 2018. O número atual de deslocados à força no mundo é o dobro do que era há 20 anos. Em 2017, eram 68,5 milhões de pessoas nesta situação em todo o mundo.
Apenas no ano passado um total de 13,6 milhões de pessoas foram deslocadas à força. A média é de 37 mil por dia. Por outro lado, 11,3 milhões de pessoas deixaram essa situação, retornando para casa ou obtendo uma nova nacionalidade.
Do total de 70,8 milhões de deslocados no mundo, 41,3 milhões são de deslocados internos, isto é, pessoas que continuam em seus países de origem. Outros 25,9 milhões buscaram abrigos em outros países e 3,5 milhões ainda aguardam uma resposta para seus pedidos de refúgio.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o o representante-adjunto do ACNUR no Brasil, Federico Martinez, afirmou que a expectativa é de que essa situação continue piorando. Martinez ressaltou que “as causas que levam a esse problema não estão sendo resolvidas”, e que a situação é particularmente preocupante na América Latina.
Ainda de acordo com o relatório da ACNUR, quatro a cada cinco refugiados no mundo vivem em um país vizinho ao seu país de origem.