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A hepatite viral é uma inflamação no fígado, que pode ser silenciosa e ter consequências sérias. Ela é causada por diferentes tipos de vírus, os mais comuns no Brasil são os tipos A, B e C. O aumento no número de casos de hepatites virais no país tem chamado a atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. Por isso, o Julho Amarelo deste ano, campanha dedicada à conscientização sobre a doença, tem como slogan “De Julho a Julho Amarelo. A cura começa com o teste!”, ressaltando a importância do diagnóstico da doença durante todo o ano.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil apresentou um aumento de 34,2% nos registros da doença entre os anos de 2020 e 2022. Apenas na Bahia, foram 1.163 notificações no ano passado. Em 2023, a capital baiana já registrou 331 casos, dos quais 13 evoluíram para óbitos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Apesar dos números indicarem um aumento de casos, a hepatologista do Hospital Mater Dei Salvador, Nayana Vaz, chama a atenção de que os números podem ser uma consequência da subnotificação no período da pandemia. “Quando avaliamos os gráficos com as taxas de detecção das hepatites virais, observamos uma redução em 2020 e 2021, seguidos por um aumento em 2022 para valores próximos àqueles de 2019. Isso retrata um efeito da pandemia que dificultou as políticas de rastreio e testagem nos anos 2020 e 2021, resultando numa subnotificação”, esclarece a especialista.
Ainda assim, o alerta e os cuidados com a prevenção são importantes. A hepatite A é transmitida principalmente através da ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes humanas que contenham os vírus. É uma doença mais comum em locais com saneamento básico inadequado, sendo o acesso a água potável e o recolhimento adequado do esgoto medidas essenciais para evitar a disseminação desse vírus.
Já os vírus causadores da hepatite B e C possuem um tipo de transmissão parenteral, ou seja, através do contato com fluídos corporais que estejam contaminados, como sangue, sêmen ou secreções vaginais. Assim, a melhor forma de prevenção é o uso de preservativo durante as relações sexuais e evitar o compartilhamento de seringas e lâminas de pessoas contaminadas ou que não estejam esterilizadas.
“A hepatite pode desencadear em problemas ainda mais graves, desde a sua forma aguda fulminante, com a necessidade de um transplante de fígado, até a sua forma mais crônica, principalmente nos casos das hepatites B e C, cujo estágio final é a cirrose”, alerta o médico Victor Castro Lima, coordenador de Infectologia do Hospital Mater Dei Salvador. O especialista lembra também que alguns casos da doença podem evoluir para o câncer primário de fígado (carcinoma hepatocelular).
Vacinas são aliadas
Outra forma importante de prevenção contra as hepatites virais são as vacinas. Atualmente existem opções de vacinas para os vírus das hepatites A e B. No caso do vírus A, a proteção está presente no calendário vacinal das crianças de até 5 anos pela rede pública e para todas as idades através do serviço privado. No caso da vacinação para o vírus B, a indicação dela é universal, ou seja, está disponível para pessoas de até 60 anos, dentro do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
Para os pacientes que já foram diagnosticados com um dos tipos de hepatite viral, os tratamentos disponibilizados pela medicina são avançados e garantem uma excelente taxa de cura e qualidade de vida. O vírus do tipo A, por exemplo, é eliminado naturalmente pelo próprio sistema imunológico do paciente, sendo recomendado apenas medicamentos para o tratamento dos sintomas, comumente apresentados em forma de enjoos, vômitos, dor abdominal, febre, dores no corpo e desidratação.
“O vírus da hepatite C também já possui tratamento, através de antivirais de ação direta, que são altamente eficazes e com poucos efeitos colaterais, por isso é tão importante a testagem e o diagnóstico”, afirma Dr. Castro Lima. O especialista explica também a particularidade envolvendo o vírus B: “ele é mais complexo e não existe uma cura. Em alguns casos, o próprio sistema imunológico controla o vírus. Caso contrário, existem algumas medicações antivirais capazes de fazer o controle da replicação deste vírus, deixando-o adormecido no corpo, sem se multiplicar ou causar inflamação”.
Mitos e verdades
Esclarecer alguns mitos envolvendo as hepatites virais pode ajudar o paciente a procurar por uma ajuda médica de maneira precoce e assertiva. Assim, a hepatologista Nayana Vaz lista alguns mitos e verdades importantes sobre a doença. Confira:
MITO: Hepatites virais não tem cura
Hoje temos tratamentos eficazes disponíveis para as hepatites B e C. Os avanços na terapia antiviral permitem altas taxas de cura para o vírus C e um controle para a hepatite B, que reduzem a replicação do vírus.
VERDADE: As vacinas das hepatites são altamente seguras
As vacinas contra as hepatites A e B são altamente eficazes na prevenção de suas respectivas infecções. A vacinação é uma das melhores estratégias de prevenção para reduzir a disseminação das hepatites virais.
MITO: Alguns medicamentos ajudam a desintoxicar o fígado
Não existem alimentos ou medicamentos que façam essa desintoxicação. Além das medidas já abordadas de prevenção, uma alimentação adequada e balanceada e a prática de exercícios físicos ajudam no bom funcionamento do fígado.
VERDADE: Pacientes com hepatites crônicas e/ou cirrose possuem maior risco de desenvolver câncer de fígado
Pacientes diagnosticados com hepatites crônicas ou cirrose devem ser acompanhados por um hepatologista e realizar exames de rastreio para o diagnóstico precoce do câncer de fígado com frequência, inclusive a ultrassonografia a cada 6 meses. O carcinoma hepatocelular é passível de cura desde que diagnosticado precocemente.
Sobre a Rede Mater Dei de Saúde
Somos uma rede de saúde completa, com 43 anos de vida, tendo o paciente no centro de tudo e ancorada em três princípios: inteligência e humanização como pilares do atendimento; tecnologia como apoio da excelência; e solidez das governanças clínica e corporativa. Nossos serviços médico-hospitalares estão disponíveis para toda a família, em todas as fases da vida, com qualidade assistencial e profissionais altamente capacitados e especializados. Estamos em expansão, levando para mais pessoas o Jeito Mater Dei de Cuidar e de Acolher. Nossa premissa é valorizar a vida dos nossos pacientes em cada atendimento, disponibilizando o melhor que a medicina pode oferecer.
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